segunda-feira, 9 de julho de 2018

Plástico descartável na Ikea

Mensagem para a Ikea em JUL2018:

"Há uns meses, mostrei o meu descontentamento pela utilização de plásticos de uso único no restaurante do Ikea Alfragide (e na realidade, em todos os Ikea). Fi-lo nos terminais que existem no restaurante para dar opinião e nunca tive resposta.


Ontem verifiquei com enorme satisfação que, ao pedir copos para água, me foram dados copos de vidro. Fiquei realmente satisfeito com isso, pois o problema do plástico é um dos que comprometem gravemente o futuro dos meus filhos e netos, e dou os parabéns ao Ikea, dado o seu peso mundial, por passar do lado do problema para o lado da solução e do exemplo.

Espero que continuem, pois ainda podem fazer muito mais no mesmo sentido."

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Futebolândia

JOSÉ PACHECO PEREIRA
in https://www.publico.pt/2018/06/09/sociedade/opiniao/a-nossa-cocaina-caseira-1833760


A nossa cocaína caseira



O que se segue são excertos do artigo da Wikipédia sobre a cocaína. Como este não é um artigo científico, posso citar a Wikipédia à vontade:



“A cocaína (...) é um alcalóide, estimulante, com efeitos anestésicos, utilizada fundamentalmente como uma droga recreativa. Pode ser aspirada, fumada ou injectada. Os efeitos mentais podem incluir perda de contacto com a realidade, um intenso sentimento de felicidade ou agitação. Os sintomas podem envolver aceleração do ritmo cardíaco, transpiração e dilatação das pupilas. Quando consumido em doses elevadas, pode provocar hipertensão arterial ou hipertermia. Os efeitos têm início alguns segundos ou minutos após a sua utilização e duram entre cinco e noventa minutos. (...) A cocaína é muito viciante, graças aos efeitos provocados (...) no cérebro. Existe um sério risco de dependência, mesmo se consumida por um curto período de tempo. A sua utilização aumenta ainda o risco de acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, problemas pulmonares em pessoas que a fumam, infecções sanguíneas e paragem cardiorrespiratória súbita. (...) No seguimento de administração repetida das doses, a pessoa pode ver diminuída a sua capacidade de sentir prazer e fisicamente sentir-se muito cansada.”

Interessante esta descrição, porque se aplica que nem um fato de latex — dizer que “nem uma luva” é antiquado — ao que se vai passar nos próximos meses. Aliás, ao que se passa já há vários anos, mas que agora conhece o ritmo galopante de uma epidemia, melhor, de uma pandemia: a pandemia do futebol. Tudo serve de pretexto para encher televisões — ainda o meio de comunicação mais importante —, em conjunto com toda a outra comunicação social, para termos uma overdose maciça de futebol, de droga, de cocaína. O que se passa nas chamadas “redes sociais” só consigo imaginar, visto que não ando por todos os locais mal frequentados, só alguns.

As escassas notícias que ainda conseguem penetrar entre os Brunos e as claques, os Vieiras e os “directores” e os “assessores jurídicos” e os porta-vozes, as fraudes e os pagamentos a árbitros e jogadores, os jogos manipulados, os negócios com as apostas, com a publicidade com os produtos do merchandising, as extorsões e espancamentos, são abafadas e mesmo assim parecem ser de mais. A fronteira que já não existe entre canais noticiosos e desportivos tornou-se uma competição para ver quem é que mais fala da bola. E as “audiências” viciam-se. Oh, se se viciam!

O futebol é a coisa mais parecida com a máfia que existe em Portugal — ou melhor, é a nossa máfia lusitana. Eles produzem a cocaína, muitas vezes em sentido literal, mas a rede de distribuição é a comunicação social. Como o negócio antigo das notícias não vende, o negócio moderno é tornar o futebol, como agora se diz, “incontornável”, ou seja, as pessoas não podem fugir dele, como os distribuidores de droga nas escolas, e ficam tão “agarrados” que já não sabem ver, ouvir e ler outra coisa. O efeito é um círculo vicioso: só se tem audiências, ou seja, publicidade e negócios, se se passa futebol, senão as “audiências” circulam de canal em canal atrás da imagem do circo leonino, ou da sombra da prisão por cima dos encarnados, ou das memórias agora mais calmas do Apito Dourado, do Macaco e do “café com leite”.

É por isso que se pode reescrever o artigo da Wikipédia sobre a cocaína:



“O futebol é um estimulante, com efeitos anestésicos, utilizado fundamentalmente como uma droga recreativa, muito útil quando há pouco pão, para que haja muito circo. Pode ser visto, ouvido, lido, aspirado, fumado ou injectado. Os efeitos mentais podem incluir perda de contacto com a realidade, um intenso sentimento de felicidade ou de violenta agitação. Os sintomas podem envolver aceleração do ritmo cardíaco, transpiração e dilatação das pupilas, grunhidos, gestos obscenos, pinturas de guerra e porte de cornos na cabeça. Quando consumido em doses elevadas, pode provocar hipertensão arterial ou hipertermia ou definhamento da inteligência em geral. Os efeitos têm início dentro de alguns segundos ou minutos após a sua utilização e duram entre cinco e noventa minutos, pelo que é necessário estar sempre a ver televisão, a ouvir rádio, a ler jornais, a falar de futebol nos cafés, a discutir no emprego, em doses cada vez maiores.


O futebol é muito viciante, graças aos efeitos provocados no cérebro, que assume cada vez mais a forma de uma bola. Existe um sério risco de dependência, mesmo se consumido por um curto período de tempo. A sua utilização aumenta ainda o risco de acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, problemas pulmonares em pessoas que o fumam, infecções sanguíneas e paragem cardiorrespiratória súbita, violência doméstica, homofobia e outras filias. No seguimento de administração repetida das doses, a pessoa pode ver diminuída a sua capacidade de sentir prazer e fisicamente sentir-se muito cansada, e ter várias formas de impotência, a começar por cima e a acabar em baixo.”

Há muitas coisas que ajudam a estupidificar o país. Mas, nos dias de hoje, a mais eficaz é o futebol. Vamos todos para Moscovo de bandeirinha.

domingo, 20 de maio de 2018

A mobilidade pedonal no concelho de Cascais

Mais do que pelas intenções de grandes anúncios e conferências pela sustentabilidade e mobilidade não automóvel, e pela propaganda, a verdadeira política de mobilidade da Câmara Municipal de Cascais ajuiza-se pela obra feita.

Na Parede, junto do Clube Nacional de Ginástica, foi inaugurada em MAR2017 a requalificação da Rua Machado dos Santos, com um grande cartaz publicitário que anunciava "qualidade/segurança/espaço público". No Facebook o post laudatório dizia que a rua ganhou "novos passeios, passadeiras adequadas à circulação de pessoas com mobilidade condicionada".

As fotografias abaixo ilustram a segurança e qualidade de espaço público, mas apenas para os automobilistas, que, comodistas, e com a cumplicidade da CMC e da Polícia, exigem estacionar mesmo à porta do local onde vão fazer desporto (!), para não se cansarem numa deslocação a pé de 100 ou 200 metros, deste modo prejudicando gravemente a segurança dos peões e educando os seus filhos no sentido do egoísmo para com todos os outros cidadãos.

Apesar da garantia dada pelo técnico da CMC de que não seria possível estacionar nos passeios após a requlificação, nem um pilarete foi colocado inicialmente. Após protestos,  a CMC entendeu fazer um corredor vergonhoso, inclusivamente levantando a calçada acabada de fazer, desse modo, na prática, autorizando o estacionamento ilegal fora desse corredor, que nem sequer garante todos os sentidos de circulação pedonal no cruzamento:



O resultado DIÁRIO desta política de "mobilidade" da CMC é o que as imagens abaixo ilustram. Passadeiras corretamente desniveladas, e com pilaretes, cuja continuidade são passeios pejados de carros.


















E esta é uma obra de 2017, não é espaço público dos anos 80 ou 90!


Além disso, e apesar de um projeto feito anos antes que previa essa passadeira, a circulação Rua João Soares - Rua Alfredo Manuel Fernandes, que serve deslocações entre a Parede Norte e o Junqueiro, obriga os peões a 3 atravessamentos, em vez do óbvio circuito a verde. A CMC, e apesar de apelos, recusou-se a fazer a passadeira verde, com o argumento de que roubava um lugar de estacionamento. Para manter a sua teimosia e fazer uma das passsadeiras que implementa esta vergonha, porém, cortou 1 ou 2 lugares pré-existentes. Apesar de acrescentar um risco inaceitável à deslocação de peões (e recorde-se que os passeios estão sempre cheios de carros), nem sequer beneficiou o sacrossanto estacionamento automóvel.







Quando ouvirem grandes intenções dos responsáveis da Câmara sobre mobilidade pedonal, recordem-se sim das obras feitas, que falam mais verdade.

sábado, 5 de maio de 2018

Em Cascais os pilaretes ajudam a organizar o estacionamento ilegal

Com o patrocínio da Câmara Municipal de Cascais e a aprovação da PSP.

 A Câmara gasta o nosso dinheiro em pilaretes, mas, por incompetência ou conivência com o estacionamento ilegal, coloca-os de modo que os passeios continuem a ser invadidos pelos automóveis.
A PSP, essa, assobia para o lado. E qunanto à Políci Municipal, na verdade nem se percebe bem a sua função.










Largo da estação de Carcavelos - oportunidade perdida

O largo da estação de Carcavelos sofreu obras em 2017. A velocidade do trânsito foi reduzida, foram criadas zonas exclusivas para os peões que os automóveis não podem invadir e os peões beneficiaram em termos de mobilidade e segurança, apesar de se terem mantido alguns constrangimentos de circulação em benefício do estacionamento.




Como é hábito e obsessão desta Câmara, porém, a maior parte do espaço disponível foi de novo dedicado ao automóvel, seja para circulação, seja, em especial, para estacionamento.

Perdeu-se mais uma oportunidade. Poder-se-ia ter criado ali uma pequena praça, onde as esplanadas ganhariam espaço privilegiado, num local com frequência garantida. Poder-se-ia ter ganho para Carcavelos uma nova pequena centralidade, à volta da qual poderia florescer algum comércio de rua, além dos estabelecimento de restauração, muito em especal agora que a vila se tornará vila universitária e cujos estudantes, em grande parte, utilizarão o comboio como meio de transporte.

Os cafés e as esplanadas estão lá, embora com espaço limitado, com vista para os carros estacionados e com fumo de escape garantido. Mesmo sem os lugares que a imagem mostra, ainda sobraria muito estacionamento e espaço para largada de passageiros, mais ainda porque se trata de estacionamento tarifado e, por isso, passa parte do tempo vazio. No "quarteirão" imediatamente anterior (a 20 metros) há sempre lugares vagos, pois são (e bem) tarifados.

Nesta fotografia fica bem visível o pouco espaço de circulação pedonal: duas pessoas cruzam-se já com algum incómodo mútuo. Espaço para automóveis, esse nunca falta:



Quando me apercebi desta obra apresentei esta visão junto da Câmara. Sem sucesso, claro está, demonstrando mais uma vez que se trata de uma gestão focada nos carros.



segunda-feira, 23 de abril de 2018

Padaria Portuguesa, bebidas "on-the-go"

Enviado à Padaria Portuguesa:

Vejo com imensa preocupação e por diversas razões, a utilização massiva e crescente de plástico de uma única utilização.
Aquilo que é uma realidade banal nos EUA, por exemplo, o de comer e beber "on the go", começa a ver-se cá, introduzido principalmente pelas cadeias, nomeadamente a Padaria Portuguesa.
Não tenho muitas dúvidas que isso a curto/médio prazo será proibido, tal o seu impacto negativo.
Lamento porém que comece a ver também a Padaria Portuguesa a fornecer bebidas nesses recipientes.
A responsabilidade ambiental, de evitar comprometer ainda mais o futuro dos nossos descendentes, é uma responsabilidade de todos. Mas ainda maior dos atores com maior peso no mercado.
Venho por isso apelar a que a Padaria Portuguesa deixe de vender alimentos e bebidas em plásticos de utilização única.


Resposta imediata e sem qualquer conteúdo:

"Muito obrigado pelo envio do email e preocupação pelo uso excessivo do plástico.

A Padaria Portuguesa te uma política constante de preocupação ambiental pelo que aos poucos está a tentar implementar novas práticas a esse nível."

segunda-feira, 16 de abril de 2018

A mobilidade pedonal no concelho de Cascais


Em Cascais até a limpeza urbana privilegia os automóveis.
Esta rua é varrida mecanicamente com bastante frequência, talvez até mais que uma vez por semana.
​Os passeios da mesma rua, por contraste, NUNCA são varridos.
Hoje, por exemplo, ficaram no estado que as fotografias documentam. Mas é sempre assim.
A Cascais Ambiente preocupa-se mais em que os carros não tropecem em ramos, folhas e dejetos de cães do que os peões.​ Até neste ponto se vê a obsessão do município de Cascais para com os automóveis.






domingo, 14 de janeiro de 2018

Biblioteca itinerante da Fundação Gulbenkian

Enviado em 2006

Ex.mo Sr. Presidente da Fundação

Neste ano de comemoração, não quero deixar passar a oportunidade de agradecer à Fundação o extraordinário serviço que prestou ao país e a mim em particular, ao proporcionar-nos as bibliotecas itinerantes, num tempo em que poucas cidades e vilas as tinham no modelo fixo.
Recordo com nostalgia e muita gratidão os dias em que a carrinha estacionava na praça da minha vila,  e todos se lhe dirigiam para trocar os livros que haviam de ler no mês seguinte. Recordo que por vezes me deixavam trazer mais do que os 3 livros permitidos e ultrapassar a minha idade, ao me autorizarem também livros da bola laranja em vez de apenas os da bola verde.
Muito ficou a dever a minha formação aos livros que desta maneira tive acesso, numa altura da vida em que tive o tempo e a vontade para ler mais do que em qualquer outra até agora.

Muito obrigado à Fundação Gulbenkian







sábado, 6 de janeiro de 2018

As migalhas para os peões em Cascais

A Avenida da República não tinha passeio de um dos lados, na zona da rotunda do Bairro da Escola Técnica como se vê nas fotografias:




Em 2012 reclamei a construção de passeio nesta zona e, honra seja feita à Câmara de Cascais, neste caso e para variar, o trabalho foi realizado em 6 meses e a situação melhorou muito.

Como é hábito, porém, para os peões no concelho de Cascais ficam sempre migalhas, e apesar da largura da via, que é de sentido único, o passeio terá ficado com as dimensões mínimas exigidas pela lei.

Não se pode ter tudo, pois não? Nunca se sabe quando é que o trânsito, já excessivo em quantidade e velocidade, ainda tem que aumentar mais.