quarta-feira, 30 de junho de 2010

terça-feira, 29 de junho de 2010

A nossa herança


Na Linha de Cascais pessoas cultas deixaram-nos ruas como estas, frondosamente arborizadas, responsáveis em grande medida pela beleza desta zona:





A nossa geração, porém, deixa como herança ruas como esta (e outras muito piores), com uma arvorezinha perdida para marcar presença (a palmeira já lá estava antes, teve sorte em escapar).





E isto no tempo do conhecimento.

Urbanismo do séc. XXI

Aqui, do lado esquerdo, existia uma vivenda. O passeio que vem de baixo, vinha até ao cimo da rua.

Agora foi construído um prédio de 2 andares.
Para além do inevitável aumento de densidade populacional (1 para 6), deixou de existir continuidade do passeio na frente do prédio, para dar lugar a uns espaços de estacionamento!
Quando o lugar de estacionamento do fundo estiver ocupado, resta ao peão passar pela estrada.








Isto é verdadeiramente extraordinário, não é?
Com licenciadores assim, quem pode culpar a especulação dos privados?

domingo, 27 de junho de 2010

A injustiça nacional

A Justiça é o cancro nacional. Se não é o maior, andará lá perto.
Sabemos que afugenta investidores e empreendedores, com medo de, na eventalidade de terem que recorrer à justiça, vejam falir o seu negócio antes do desenlace do processo. Sabemos também que deixa muitos culpados impunes e muitos inocentes com a honra e a vida desfeitas durante longos anos.
Mas há ainda umas outras vítimas da Justiça, indefesas e sem sombra de dúvida inocentes, que são as crianças acolhidas em instituições. Em boa parte por culpa da Justiça, estas crianças perdem anos, por vezes muitos, antes de terem um rumo de vida. Por vezes são tantos os anos que já não se lhes arranja uma vida normal, com pais dignos desse nome.
Uma miséria nacional.






segunda-feira, 21 de junho de 2010

Cavaco Silva


O Presidente esteve mal ao não comparecer ou pelo menos fazer-se representar no funeral do Nobel José Saramago. O Estado Português, deste modo, não esteve presente na homenagem a uma figura que, polémicas à parte e independentemente do seu móbil, fez muito pela globalização de Portugal e do português.

O Presidente aliás tem ultimamente estado mal com alguma frequência. Lembro-me há poucos dias da ausência de referência a Mário Soares e ao seu papel na adesão do país à EU, por ocasião da comemoração da entrada de Portugal e Espanha na então CEE. Fica-lhe mal não o reconhecer, ainda que possa não gostar pessoalmente da figura.
A verdade histórica e a função de PR têm que estar acima dos gostos pessoas e eu não esperava isso de Cavaco Silva.


Mas vem já aí a caminho mais um jogo da bola para fazer esquecer o assunto! Mesmo com pouco pão, haja circo!



sábado, 19 de junho de 2010

Vade-retro, ó ciclista

No pequeno percurso pedestre, junto da Ponta do Sal, São Pedro do Estoril:







Mas se o ciclista é tal malfeitor que tem de ser mantido afastado do peão, porque não fez logo a Câmara uma pista adjacente para ele?
Há espaço para isso e a sua construção nem seria dispendiosa.





Ou será que a tal da mobilidade que justifica semanas se fica por aí mesmo, pelo espectáculo mediático que parece bem, e não está, nem por perto, nas decisões urbanísticas do dia a dia da CMC?

Hummm... É bem capaz de ser isso.

Deve ser mais ou menos assim:

"ora agora vamos lá urbanizar esta zona. Casas e comércio e estradas e passeios e estacionamentos. E aqui uma avenida larga que vao até à praia, outra até ao espaço verde.
Facilidades para andar de bicicleta??? Para quê?? Quem é que vai andar de bicicleta aqui, onde mora, se pode andar de carro? Esquece lá isso!"

Por vezes, porém:

"êh pá, esses gajos das bicicletas e os eco-qualquer-coisa não se calam. E vem aí mais uma daquelas tretas da mobilidade.
Temos poucos sítios para eles gastarem as energias a dar umas voltas na geringonça. Vamos lá ver onde é que podemos fazer umas pistas onde eles não chateiem os cidadadãos que querem fazer a sua vida auto-mobilizada.

Olha, encontrei aqui um sítio porreiro, não incomodam ninguém. É atrás do Sol posto, claro, mas eles levam a bicicleta para lá no carro e divertem-se."

Deve ser assim.

Um país a alta velocidade

Este prédio (e a zona em redor) pode contar com acessos de alta velocidade em fibras da PT e da Vodafone, em cabo da Zon e, naturalmente, em ADSL de vários operadores. Talvez ainda tenha acesso da ArTelecom.





Que o país tem a ganhar em instalar uma rede de acesso em fibra, parece consensual.
Que cada operador instale a sua rede de alto débito, já é mais duvidoso.
Pode interessar a um ou outro operador mais endinheirado, interessa ao Governo, especialmente em tempo de crise, interessa e muito aos fornecedores de infraestrutura.

Mas e ao país, interessa? Nada. Apenas desperdiça recursos que poderiam ser mais bem investidos.
Nem sequer beneficia a concorrência, que igualmente poderia ser obtida desde que a rede de acesso única fosse operada por uma entidade independente e isenta. Aliás, poderia beneficiar a concorrência, ao focar os recursos dos operadores no serviço, e não na indiferenciada rede de acesso.

Algumas zonas e munícipios estão a optar por esta estratégia, mas só porque são zonas onde para os operadores seria pouco ou nada rentável investir.

E assim, de pobres passamos a mais pobres, mas com várias redes de acesso em alta velocidade enterradas.
Literalmente.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Patriotismo à flor da pele

Nestes dias de ansiedade e patriotismo nacionais, vale a pena recordar este fantástico hino realista dos Deolinda.

De novo, repetindo o ritual bianual, o povo patriota pendura a bandeira, desfralda-a no carro, canta o hino nacional e, desta vez, faz troar a vuvuzela.

E depois lá volta a bandeira à gaveta por dois anos. Em sentido literal, mas também em sentido figurado.

Nobre povo, nação valente.

"Agora sim, damos a volta a isto!
Agora sim, há pernas para andar!
Agora sim, eu sinto o optimismo!
Vamos em frente, ninguém nos vai parar!
-Agora não, que é hora do almoço...
-Agora não, que é hora do jantar...
-Agora não, que eu acho que não posso...
-Amanhã vou trabalhar...
Agora sim, temos a força toda!
Agora sim, há fé neste querer!
Agora sim, só vejo gente boa!
Vamos em frente e havemos de vencer!
-Agora não, que me dói a barriga...
-Agora não, dizem que vai chover...
-Agora não, que joga o Benfica...
e eu tenho mais que fazer...
Agora sim, cantamos com vontade!
Agora sim, eu sinto a união!
Agora sim, já ouço a liberdade!
Vamos em frente, e é esta a direcção!
-Agora não, que falta um impresso...
-Agora não, que o meu pai não quer...
-Agora não, que há engarrafamentos...
-Vão sem mim, que eu vou lá ter..."

Também em video

http://www.youtube.com/watch?v=us9dIcLjfKM&feature=youtube_gdata





Junk rádio

Antena 1, na noite anterior ao primeiro jogo de Portugal no Mundial, notícias das 21h

1ª notícia: o jogador fulano tal integrará a equipa para o primeiro jogo da selecção nacional

2ª notícia: a Moodys despomove o rating da Grécia a junk

Talvez para a Antena 1 as avaliações de rating da Moodys estejam descredibilizadas.
Em todo o caso, este segundo facto tem de longe mais impacto para a Europa e para Portugal que o primeiro.

Nas edições seguintes (22 ou 23h), talvez por acaso, a ordem inverteu-se.


E lá volta o Gonzo como "disco Antena 1" para nos martelar ps ouvidos! Deve ter um bom padrinho lá.




quinta-feira, 10 de junho de 2010

Crédito para o Estado - actualização

Segundo este artigo do Público, a mais recente emissão de dívida portuguesa a 10 anos pagará 5,225% de juros e a 3 anos pagará 3,597%. Os elevados valores são, já se sabe, resultado do elevado deficit orçamental e outros factores que desconheço.

Por outro lado, ao longo dos últimos tempos o Governo decidiu ir baixando as taxas de juro pagas pelos Certificados de Aforro, seguindo a baixa geral de taxas de juro, nomeadamente como forma de relançar a economia. Assim, estes certificados estão a ser remunerados a 1% ou menos, como se pode consultar no site do IGCP, levando muitos aforradores a procurar outros invstimentos.

Ora a mim parece-me muito estranho que se opte por ir buscar dinheiro, aparentemente mais caro, ao estrangeiro, afugentando os particulares nacionais de emprestarem ao Estado, em especial num país que nos últimos anos sofre de baixíssimos índices de poupança.

Poder-se-á argumentar que nestes Certificados o aforrador pode resgatar o dinheiro a qualquer momento, não garantindo o prazo de 3 ou 10 anos, como as obrigações. Isso no entanto pode ser influenciado, criando-se outro tipo de certificados que dessem um determinado valor de remuneração (por exemplo, 3% a ano), mas que tivessem baixas remunerações ao longo do tempo (exemplo 1%), tendo apenas no último período uma elevada remuneração. A média, assim, daria os 3%, mas quem retirasse o dinheiro antes do tempo, teria uma baixa remuneração.

Devem existir outros factores que expliquem esta aparente preferência pelo crédito estrangeiro (talvez não desviar fundos do consumo para a poupança?), mas não sei quais. Agradeço a quem saiba que me explique esta estranha contradição.


_________________

Um novo instrumento para particulares, os Certificados do Tesouro.
Ver aqui

http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=429789

domingo, 6 de junho de 2010

China - luz ao fundo do túnel

É inevitável que os custos de produção aumentem na China, tal como aconteceu em todos os países desenvolvidos.

Segundo este artigo do público, tal já está a acontecer.
Os chineses tornam-se mais exigentes e querem partilhar um pouco do bolo para o qual contribuem significativamente com trabalho, recursos naturais e qualidade ambiental.

As consequências mais óbvias deverão ser:


+ Redução do consumo global, por via do aumento de preços
+ Regresso de alguma produção aos países desenvolvidos originais, aumentando emprego
- Aumento do consumo na China, com consequente aumento de poluição e desperdício 
+ Óbvio aumento da dignidade e qualidade de vida do povo trabalhador chinês
Esta é uma fase transitória que tinha que ser atravessada: penso que os países do centro da Europa terão sofrido algo semelhante com a deslocalização de fábricas para Portugal, por exemplo.
Os trabalhadores chineses estão hoje a tentar libertar-se do mesmo tipo de exploração que os europeus da Revolução Industrial.
 



E entretanto, como diz o artigo, a China está já a pensar em fazer o mesmo: externalizar a produção para países de mão de obra mais barata - África. O ciclo manter-se-á enquanto existirem recursos pouco qualificados, miseráveis e pouco reivindicativos.

Saco não, obrigado

Raramente aceito sacos em supermercados, livrarias ou lojas diversas, sejam eles de plástico ou não.
Sistematicamente o empregado da caixa me olha com estranheza e por vezes insiste, para ter a certeza que percebi e que é gratuito.
Faço-o porque não preciso dele e porque normalmente já levo lixo com fartura em embalagens dos produtos que estou a comprar.
Para que hei-de aceitar um saco para levar um livro que posso perfeitamente levar na mão, por exemplo? Para que hei-de aceitar um saco diferente em cada loja de roupa em que compro, quando posso colocar tudo no primeiro que me deram? Para fazer publicidade às sucessivas lojas? Não me pagam para isso.
Se vou ao supermercado, levo os sacos ou mochila de casa. Basta prever o "futuro" com 1/2 hora de antecedência...

Gostava de ver supermercados e lojas em geral mais conscientes desta necessidade de reduzir o desperdício. Ainda que não queriam cobrar pelos sacos, poderiam ter uma atitude mais passiva em termos de oferta de sacos, não o que vejo hoje: desperdício a toda a força. Sacos e mais sacos a sair das caixas, alguns com um ou dois artigos. Se a pessoa pedisse, então davam.

Gostava ainda mais de ver medidas para reduzir o desperdício de plástico. Como sempre, por via do custo, provavelmente. Taxas sobre utilização, custo directo no cliente...


Várias medidas a ser tomadas aqui


sábado, 5 de junho de 2010

Mais uma anedota nacional

Se bem percebo esta nova norma do Ministério da Educação, o seu resumo é algo como: se um aluno chumba (a tradução do eufemismo "ser retido" do eduquês nacional) no 8º ano e já tem uma certa idade, pode-se propor aos exames do 9º ano e, sem frequentar qualquer aula, passar para o 10º ano.

Já nem discuto se é justo, constitucional, etc, etc.

A minha questão é: como é que se espera que um aluno daquela idade e maturidade chumbe no 8º ano e, a seguir, sem qualquer aula, consiga passar nos exames do 9º ano? Talvez com exames contendo apenas matéria do 8º ano? Ou da 4ª classe?

Que espécie de medidas são estas e o que se pretende com elas?
Este tipo de medidas e o seu espírito incentivam o facilitismo, mesmo que nenhum aluno venha a conseguir utilizar a esperteza para fazer dois anos com um chumbo e um conjunto de exames. Não estão no sentido correcto, de mérito e sucesso pelo trabalho. É a balda instituída.
Não é com isto que saímos da cauda da Europa e cada novo país de Leste que entrar, é mais um à nossa frente.

E é bem feito, pois não fazemos manifestações contra isto. Apenas contra os seus efeitos. Já tarde, muito tarde.



Anedota.....

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Santini

Bolas que é preciso gostar muito de gelados!








Ou gostar muito de estar em bicha. "Já que é feriado e a A5 está a andar bem, hoje venho para a bicha no Santini"...
Não há paciência!